sexta-feira, 13 de setembro de 2013

SER MÃE

Ser mãe é ser guerreira!
Doar-se incondicionalmente.
Nunca desistir dos filhos
Por mais trabalhosos que sejam.

Ser mãe é admitir quando erra
Ter humildade de pedir desculpas.
Querer melhor para os seus filhos
Educá-los para serem grandes homens;
Homens realizados como seres humanos
Sonhadores e guerreiros.

Ser mãe é saber ouvi-los;
Vibrar a cada desafio que supera
Encoraja-los quando não se acham capazes.
Ser mãe...É  dadiva Divina.


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

DEVANEIO






Raio de Sol iluminando minha vida;
Trazendo a sensação do abraço
Do calor envolto em seus braços
Entreguei-me sem reservas.

Na ingenuidade da tenra idade
Em ti busquei a fonte da felicidade...
Águas torrenciais encontrei.

Em vento outonal tornaste minha vida;
Folhas que se espalham deixando-me despida
Sem o frescor dos beijos teus.

Tiraste-me a alma de criança
Trazendo o cálice de fel;
Guardava o soluço na garganta
Recostada em seu peito, que pensava ser só meu.

Ferido meu coração ficou;
Rosa despetalada, murcha secou
Pranteando a desilusão do amor.
Passo meus  dias agonizando
A marca que esta paixão deixou.

Liliane Castanha

DESALENTO




Menino de rua
Andar solitário
Face decaída
Olhar bem tristonho
Vives em desalento...

Menino de rua
Sem teto
Sem nome
Descalço e sujo 
Sentado na calçada vê a vida passar...

Não conhece as letras
Nem mesmo os números 
A violência, a fome e a dor
Estes tu conheces, menino sofredor.

Sonhas com um lar
Um travesseiro fofinho 
A cabeça a reclinar
Sonhas tão pouco 
E a vida a te negar!

Liliane Castanha

INTEMPÉRIES




Maria das Dores...
De nome e sentimento
Com dores nas mãos, no corpo, na alma
Dor que sente e ninguém vê.

Lá vai, Maria das Dores
Com dores na alma
Pela hipocrisia dos seres
Sentem dor e não entendem.

Caminha Maria, com o peso dos homens
Olhares frios e sem compaixão.
Coluna ereta, ombros levantados
Acreditando ser inatingíveis
Lá vai ela, sentindo a frieza do mundo.

Lá vai Maria, com dores
Que não se entrega
Cada tombo renasce mais forte.
Acreditando vai...
Na regeneração do ser, que dizem Humano.

Lá vai Maria, a doce Maria
Intempérie da vida se refaz
Lá vai ela, bem ao longe...
ROBUSTA, FORTE, DECIDIDA!

Liliane Castanha

domingo, 8 de setembro de 2013

INSENSATEZ






Espera de notícia,
Angústia do aguardo.
Movimentos dos músculos,
Batimento do coração
Frágil e descompassado,
Cabeça a torturar
Lembrança da notícia almejada.


Toque alegre de cada chamada telefônica,
Como se fosse gritos de euforia.
Tilintar do relógio em sua robustez,
A cada minuto a passar,
Horas, dias, semanas...
Nasce uma remota esperança,
De idealizar, acreditar que em breve chegará.


Lá fora, tudo como antes;
Árvore alegre a balançar
Seus robustos galhos,
Carros que vem e vão,
Movimento de pedestres na calçada,
Gargalhadas de crianças na rua,
Eu e meus pensamentos,
Sofre a angústia da longa espera...



Liliane Castanha

CONFIANÇA







Tua graça a mim basta
Nos invernos gélidos
Das noites longas e frias.
Só tu me aqueces; 
Meu coração em agonia.

Nos outonos da vida
Despida de alegria
Só tu és meu socorro
Quando estou em nostalgia.

Tua graça a mim basta, Senhor
Pois sei que me socorres
Nos momentos de horror;
Das dores cruéis
Que insistem esmagar os meus ossos
Torturar minha mente, dilacerar meu coração.

És primavera para meus anos
Trazendo-me alegria, perfeita paz.
Mesmo que o outono insista
O inverno teime em chegar
És esperança pra o coração
Desconsolado e aflito.
A mim, tua graça basta, Senhor.

Tua companhia, me traz alento;
Qual dia de verão, aqueces meu coração
Que já pode descansar...
Sei que não é utopia
Sinto sua presença acalentando meus dias
Assim sigo confiante
Que só tua graça a mim basta, Senhor!


Liliane Castanha

TRIBUTO AO PAI


Sala que se cala...
Falta gargalhada alegre
Invadindo os corações.
Sons dos passos cansados

Que não ouve-se mais.


Gargalhadas do molho de chaves
Como a festejar sua entrada triunfal casa adentro.
Livros descansados na mesa da sala
No vai e vem de suas leituras diárias.

Café da manhã...
 Não ouve sua voz
Sua caneca preferida, tilintar dos talheres
Alegria na mesa, bate-papos descontraídos
Cadeira a esperar, aquele que já não volta.

Sons do Teclado...
Palavras borbulhara em poesias e prosas.
Olhos cansados mirava a tela
Partilhara seus doces e genuínos pensamentos.

Aquela que por muitos é esquecida
Por ele, muito consultada
Lida e relida
Recolhe-se na estante outrora preferida.

Tilintar da tesoura faceira
Na mão do artista preferido.
Dava forma as madeixas
Acalentara corações entristecidos.

Poeta do amor!
Esta semente em nós plantou
Ser honrado, justo e leal
Com orgulho, seguiremos os passos seus.



Liliane Castanha

ESSÊNCIA






Noites escuras, gélidas
Busca da minha essência
Memórias embaralhadas, confusas
Vivencio adquiridas experiências.

Resoluto na minha decisão
Encaro o meu Eu inverso
Verso este que penso conhecer
O inverso tão desconhecido.

Qual fumaça a se esvair
Indecifrável a se descobrir
Caminhos desconhecidos a percorrer
Compreensão do Ser, labirinto a surgir.

Quem sou eu, afinal
Meu ser clama!
Sou gente, sou garra, sou herói?!
Grito rasga as minhas entranhas
És ser humano, Humano e nada mais.



Liliane Castanha

LIBERDADE

Algemas prendem meus pulsos frágeis...
IDEALISTA, ROMÂNTICA, SONHADORA.
Massas esmagadoras, contraditórias
Que nem mesmo sabem no que acreditam
Tiram-me o direito de revelar minha face.

Direito...

Apenas direito de ser eu mesma
Não apenas num instante
Contrariando os perfis impecáveis, a mim imposta
Acreditando e revelando meus genuínos pensamentos.

Meu avesso, revela intocável
Sem o toque dos manipuladores.
Esquadrinho meus pensamentos
Descubro pureza na alma
Sou eu mesma, sem as manobras dos seres.

Idealizo... Sublime concretizo
O real valor do genuíno.
Sem os aplausos das massas
Conformismos dos fracos
Seguirei meu caminho, resoluto
Sou um ser pensante, nada me detém.

Sonho... Idealizo um mundo melhor
Que não sufoque os anseios, a essência.
Amo com a mesma força que vivo
Discriminada sou, por não ser como a maioria
Sou autêntica, inconformada com a mediocridade
Quero minha liberdade, preciso da minha alforria.


Liliane Castanha


AUTORRETRATO




DOR... DOLORIDA, DOLOROSA
AGUDA, CRÔNICA, CUTÂNEA, VISCERAL, SOMÁTICA. 
DÓI NO CORPO, NA ALMA;
NO VERSO, NO REVERSO, NO INVERSO.


SOIS A SOMBRA DO MEU CORPO,
O ALGOZ QUE ME CONSOME
SE SOME DEPOIS VOLTA...
SOMBRIA, CRUEL E REVOLTANTE.


NA ALMA TRAZ A ESCURIDÃO.
EXTINGUES A FORÇA VITAL,
TORTURAS ATÉ O CHÃO.
IMPIEDOSA, SEM AMOR.


DEVERIAS SER CARMIM;
SANGRAS O CORAÇÃO
DESOLAS A ALMA
DEIXAS A MARCA DO TERROR.


TOMASTE CONTA DO MEU CORPO.
QUERES ESGOTAR MINHA ENERGIA,
TIRAR A FORÇA DO RECOMEÇO
A ALEGRIA DE ESTAR VIVA...
MESMO COM AS ENTRELINHAS.



Liliane Castanha