quarta-feira, 11 de setembro de 2013

INTEMPÉRIES




Maria das Dores...
De nome e sentimento
Com dores nas mãos, no corpo, na alma
Dor que sente e ninguém vê.

Lá vai, Maria das Dores
Com dores na alma
Pela hipocrisia dos seres
Sentem dor e não entendem.

Caminha Maria, com o peso dos homens
Olhares frios e sem compaixão.
Coluna ereta, ombros levantados
Acreditando ser inatingíveis
Lá vai ela, sentindo a frieza do mundo.

Lá vai Maria, com dores
Que não se entrega
Cada tombo renasce mais forte.
Acreditando vai...
Na regeneração do ser, que dizem Humano.

Lá vai Maria, a doce Maria
Intempérie da vida se refaz
Lá vai ela, bem ao longe...
ROBUSTA, FORTE, DECIDIDA!

Liliane Castanha

Um comentário:

Leila disse...

Belo poema! Representa cada 'Maria' cujas dores são ignoradas por aqueles que podem, ao menos, aliviá-la. Triste história, mas não é nada menos que a narração da nossa realidade crua e fria. Você pintou muito bem o quadro de tantas "Maria das Dores".