Pai,
Seu olhar atento, às vezes, disperso pelo frenesi da vida.
Suas mãos calejadas a prover o pão.
Sua voz inconfundível era sonata aos meus ouvidos.
Sua rigidez ao ensinar-me os caminhos da vida;
palavras seguras emaranhadas de muito amor.
Despretensiosa gargalhada alegrava o recinto.
A roda de animada conversa, ao redor da mesa entre talheres e pratos... emudeceu.
E o som... o mavioso som do molho de chaves alvissareiro a invadir casa à dentro.
Seus pés de pesados passos carregava o fardo da idade.
Seus livros, cds, dvds, sentem falta de suas habilidosas mãos e de seus olhar atento a apreciá-los.
Suas tesouras, companheiras inseparáveis, hoje fazem parte de um acervo.
E o mar, o céu, os coqueirais desta linda Alagoas, choram pela perda do poeta que a enaltecia;
sua Terra, os intelectuais, sua gente sofrida e a rica cultura.
A lembrança de sua alegria, o festejar da sua voz soa ao meu coração como brisa, uma cantiga de ninar, acalmando-o quando está em desassossego.
Pai, você foi e sempre será o meu Herói!
Liliane Castanha
29/07/2015