Na aventura do encoberto,
à meia-luz,
descortino o palco do meu ser.
Em qual passe de mágica
os holofotes das palavras
me encandeiam —
e tudo não passa de símbolos indecifráveis.
Indecifráveis não são as palavras...
Mas o que se passa dentro de mim
não encontra compreensão verbal.
Talvez seja tão fenomenal...
ou não.
Os sons articulados
são meras grafias formadas
por uma reunião de letras —
não expressam a intranquilidade intrínseca da minh’alma.
Universo de símbolos desconexos!
Busco algo que possa expressar, sublimemente,
o burburinho de insatisfação e solidão.
Na busca do melhor vocabulário:
silêncio.
Só o silêncio entenderá
minha indignação.
Liliane Castanha
09/09/2014
